Interações corteses como “por favor” e “obrigado” aumentam a carga computacional dos sistemas de IA, elevando os gastos operacionais da empresa de Sam Altman.
A gentileza pode não custar nada — exceto quando se trata de inteligência artificial. Em uma revelação surpreendente, Sam Altman, CEO da OpenAI, afirmou que usuários educados ao interagir com o ChatGPT estão, sem saber, aumentando significativamente os custos operacionais da empresa. De acordo com Altman, expressões simples como “por favor” e “obrigado” provocam um processamento mais robusto nos servidores da companhia, o que pode somar dezenas de milhões de dólares em gastos anuais.
A declaração foi feita de forma descontraída em resposta a uma pergunta no X (antigo Twitter), quando um usuário questionou se dizer “por favor” ao ChatGPT fazia diferença nos custos da empresa. A resposta de Altman foi direta:
“Sim. Cada vez que você diz ‘por favor’ ao ChatGPT, eu fico um pouco mais pobre.”
Embora tenha dito isso em tom bem-humorado, Altman deixou claro que o impacto é real. Segundo ele, interações mais longas e educadas acabam exigindo mais ciclos de processamento e energia elétrica, especialmente porque o sistema tenta manter um tom igualmente educado e detalhado nas respostas — algo que demanda mais dos servidores.
🔍 Por que a gentileza custa caro?
Os modelos de linguagem da OpenAI, como o GPT-4, funcionam com base em redes neurais altamente complexas, hospedadas em poderosos data centers. Cada interação com o ChatGPT exige cálculos sofisticados que, quando multiplicados por milhões de usuários simultâneos, resultam em um enorme consumo de energia.
Quando um usuário escreve de forma mais elaborada — especialmente com frases educadas e contexto adicional — o modelo tende a gerar respostas mais completas, o que aumenta o tempo de resposta e o esforço computacional.
“Quanto mais educado você é, mais palavras eu tenho que gerar para manter o mesmo nível de cortesia”, explicou Altman em entrevistas recentes.
🌍 Custo financeiro e impacto ambiental
Além dos custos operacionais, a cortesia em massa tem consequências ambientais. De acordo com estimativas da International Energy Agency (IEA), data centers já consomem cerca de 2% de toda a eletricidade mundial. O uso crescente de IA generativa — como o ChatGPT — tende a aumentar essa participação, elevando a pegada de carbono da tecnologia.
O desafio, segundo especialistas, é encontrar um equilíbrio entre eficiência, educação e sustentabilidade. Uma IA mais eficiente energeticamente pode mitigar esses efeitos no futuro, mas por enquanto, a delicadeza digital tem um preço.
🤖 Educação ainda é bem-vinda
Apesar dos custos, Altman reforça que não pretende desestimular o bom comportamento dos usuários. Pelo contrário:
“É um dinheiro muito bem gasto. Prefiro que as pessoas sejam gentis com a IA.”
Essa postura é endossada por profissionais da área, como Kurtis Beavers, gerente de design de IA da Microsoft, que afirmou que a linguagem educada influencia positivamente o tom e a qualidade das respostas dos assistentes de IA, promovendo interações mais humanas e respeitosas.
📌 O que aprendemos com isso?
O episódio revela um aspecto pouco conhecido do mundo da IA: até a cortesia tem custo quando falamos de grandes modelos de linguagem. Embora o ChatGPT esteja cada vez mais presente no cotidiano de empresas e usuários comuns, ele opera sobre uma infraestrutura que exige planejamento, investimentos milionários e, agora se sabe, uma dose de cautela energética.
Ao mesmo tempo, a fala de Altman abre espaço para um debate mais amplo sobre o uso consciente da tecnologia e os efeitos do comportamento humano no desempenho e nos custos da inteligência artificial.
📎 Resumo rápido
- Quem? Sam Altman, CEO da OpenAI
- O quê? Disse que interações educadas com o ChatGPT geram custos milionários
- Por quê? Frases corteses exigem mais processamento e energia elétrica
- Impacto ambiental? Sim, contribui para maior consumo de energia dos data centers
- Mensagem final? A educação é bem-vinda, mas tem seu preço na era digital
📅 Publicado por Trisun Tecnologias — 21/04/2025
✍️ Redação de Inovação & Tecnologia